Encontro destaca hortaliças não convencionais

05/06/2017 13:19

Profissionais apresentam uso e novas possibilidades para plantas alimentícias no Brasil. Evento ocorre até sexta-feira (02/06), em Brasília.

LETÍCIA VERDI

“Precisamos levar para as nossas casas novos sabores, novos aromas! Temos a maior biodiversidade do planeta, mas a nossa produção de alimentos é de espécies importadas.” Assim, o consultor do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Lidio Coradin, incitou os presentes a conhecer as plantas nativas do Brasil, durante o I Encontro Nacional de Hortaliças não Convencionais (HortPanc), em Brasília.

O encontro fez parte da XII Semana dos Alimentos Orgânicos, que vai até 4 de junho, no Distrito Federal. O evento reuniu profissionais interessados no tema, também conhecido como “hortaliças tradicionais”, com o objetivo de estimular a produção e o consumo e promover a construção de laços entre produtores, profissionais de gastronomia, pesquisadores e professores.

Segundo o consultor do MMA, Lidio Coradin, o estímulo ao consumo da variedade de PANCs existente no Brasil ajudaria a substituir produtos ultra processados oferecidos pela indústria alimentícia. “Três cereais – arroz, milho e trigo – são responsáveis por 50% da nossa energia. Daí, vemos a fragilidade do sistema alimentar mundial, com impactos muito negativos na saúde, gerando obesidade e carência nutritiva”, ressaltou.

“Temos a maior biodiversidade do planeta, mas a base da nossa agricultura são espécies exóticas. Isso é um paradoxo”, questionou o consultor. “O grande desafio é criar um mercado consumidor de PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais). Se a população soubesse que o buriti e o tucumã, nativos do Cerrado, têm muito mais vitamina A do que a cenoura; ou que o camu camu e a mangaba ganham, de longe, da laranja em vitamina C, quem sabe mudaria de hábitos”.

LIVRO

Ainda neste mês, o MMA lançará o livro, de mais de mil páginas, Espécies Nativas da Flora Brasileira, Plantas para o Futuro, em que estão mapeadas 173 espécies da região Centro-Oeste, com as principais características de cada espécie do ponto de vista alimentar e terapêutico. Trata-se do segundo volume de uma coleção das regiões brasileiras. O primeiro volume, lançado em 2011, abordou a região Sul.

O Ministério do Meio Ambiente também coordena o projeto Biodiversidade para Alimentação e Nutrição (BFN), por meio da Secretaria de Biodiversidade, que tem como agências implementadoras o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU Meio Ambiente) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

PANCs

Estão entre as Plantas Alimentícias Não Convencionais (Pancs) as seguintes espécies: beldroega, azedinha, anredera, vinagreira, muricato, amaranto, caruru, taioba, serralha, peixinho, jambu, capuchinha, fisális, maxixe-do-reino, mangarito, major-gomes, cará-do-ar, ora-pro-nóbis, almeirão-de-árvore e bertalha.

O evento em Brasília foi organizado pela Embrapa Hortaliças, com a parceria dos Ministérios do Meio Ambiente, da Saúde e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), além da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Distrito Federal e de Minas Gerais e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae).

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227