Desperdiçômetro calcula alimentos descartados pelo Restaurante Universitário da UFSC

05/12/2017 10:22

Estimativa do desperdício de alimentos do Restaurante Universitário (RU) da UFSC, o Desperdiçômetro está com uma novidade desde o início de novembro: cascas de frutas e ossos, como não são comestíveis, não são mais pesados. Além de saber a quantidade de alimento descartada, a ideia é criar o hábito da separação para um futuro programa de compostagem.

Desperdiçômetro não contabiliza mais o peso de cascas e ossos. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC

Desde então, as estagiárias de Nutrição, responsáveis pelo RU 360, tentam conscientizar os usuários do restaurante a realizar esta separação, tanto com cartazes como pessoalmente. Entretanto, não é fácil: muitas pessoas ignoram e há até quem as xingue. “As pessoas estão cada vez mais ligadas, mas é preciso de muito tempo para conscientizar”, diz a estagiária Maria Carolina Barcelos.

O Desperdiçômetro surgiu após pesquisa de aluno da Engenharia Sanitária e Ambiental, em parceria dos estagiários do RU do 10º semestre de Nutrição. “Eles pesaram todo o desperdício de alimentos: o dos alunos mais a sobra dos balcões”, diz a nutricionista do RU Melina Valério dos Santos. Ela diz que ficou assustada com o total de orgânicos descartado, centenas de quilos diariamente. “A partir dali, com a ajuda dos estagiários, iniciamos uma pesagem frequente, que passou a ser diária”.

Em seguida, a preocupação foi com diminuir o desperdício do balcão, de onde os frequentadores do RU servem os alimentos. Depois que são disponibilizados aos usuários, não podem, por lei, serem reutilizados. Então, a reposição passou a ser realizada de maneira mais criteriosa – no início das pesagens, o desperdício do balcão era de 90 quilos, e com o maior controle, chegou a 20.

Há outro um problema de conscientização, este dos frequentadores: os utensílios utilizados para servir são um pouco maiores dos que as pessoas estão acostumadas em suas casas. “Se a gente coloca um pequeno, a fila aumenta e a fila aumenta. O importante é que o aluno perceba o tamanho para colocar a quantidade que irá consumir”, conta a nutricionista.

No refeitório, a variação é maior porque também depende do tipo de alimento – a aceitação do prato pode ser maior ou menor, incluindo também o tipo de preparo do alimento. Na média, o RU do campus Trindade serve 7 mil almoços e 2,8 mil jantares – número que pode variar em até mil refeições, dependendo do dia. “É um desafio diário servir um almoço dessa qualidade, a esse preço, para tanta gente”, diz Melina.

RU 360

O Projeto RU 360 foi criado por estagiárias da 10ª fase do curso de Nutrição da UFSC, em 2016, com o objetivo de aproximar os usuários e ampliar o olhar sobre o Restaurante Universitário da UFSC, indo desde o funcionamento até informações nutricionais.

Presente no Instagram e Facebook, o RU 360 não é um canal de comunicação oficial da instituição, mas mostra em informações, fotos e vídeos, iniciativas e o cotidiano do restaurante, como a horta do RU, o trabalho da cozinha, a paradinha na fila para facilitar o fluxo junto ao balcão, entre outras.

Texto: Caetano Machado/Jornalista da Agecom/UFSC

Fotos: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC

Fonte: Notícias UFSC