Quando isso acabar, o que faremos com relação a novas epidemias?

06/04/2020 09:01

Sol a pino na sacada de uma cidade colonial dos trópicos. Calor, muito calor. O que está acontecendo, como foi que cheguei até aqui? Sou cientista, claro, disso me lembro bem. Mas o que foi que aconteceu? É difícil avaliar os danos sem saber de onde partimos. Convém repassar o que vi, ouvi, li e vivi.

Conheci o fisiologista vegetal Luiz Fernando Gouvêa Labouriau em 1989, na Universidade de Brasília, por intermédio do microbiologista Isaac Roitman e da antropóloga Mireya Suárez. Foi amor à primeira vista. A barba cerrada do célebre cientista já estava toda branca e seus olhos azuis eram ultrajovens, coriscando de inteligência. Tive a sorte de ser seu aluno e frequentei por vários anos o seu laboratório. Durante o dia, germinação de sementes e bases da matemática. Durante a noite, histórias de cientistas exemplares e exploração astronômica. Subíamos ao teto do laboratório por uma escada dobrável para explorar a Via Láctea com o telescópio do mestre. Sob as estrelas, cercado de discípulos, ele narrava os mitos de criação da ciência brasileira.
Leia na íntegra.