Agronegócio e pandemia no Brasil : Abrasco e IPEN lançarão relatório inédito

26/05/2021 13:31

O Brasil se aproxima de meio milhão de mortes por coronavírus, e já se sabe que a doença é mais letal para as populações vulnerabilizadas – negros, indígenas, trabalhadores pobres e precarizados – e, ao mesmo tempo, aprofunda as desigualdades sociais. Neste fluxo que se retroalimenta (a pandemia, a iniquidade e a morte), pesquisadores do GT Saúde e Ambiente da Abrasco, em parceria com a International Pollutants Elimination Network (IPEN) acrescentam mais um fator: o agronegócio.

O documento “Agronegócio e pandemia no Brasil: uma sindemia está agravando a pandemia de Covid-19?”, será lançado nesta quinta-feira, 27 de maio, e demonstra que além da agroindústria aumentar as chances de novas zoonoses – com destruição de habitats naturais -, também deixa as pessoas mais vulneráveis a doenças do tipo. Isto é porque o uso de agrotóxicos nos alimentos afeta o sistema imunológico, enquanto o consumo de ultraprocessados intensifica doenças e agravos não transmissíveis.

“A incidência e a letalidade da Covid-19 é conhecida por ser maior entre as pessoas com diversas doenças crônicas, incluindo distúrbios como obesidade, diabetes, câncer, desordens pulmonares e demência. Assim, de forma sinérgica, o ‘modelo de produção do agronegócio’ não só aumenta o risco de emergências de vírus zoonóticos, mas também aumenta a exposição a agrotóxicos que, em conjunto com condições como a má nutrição, aumenta a vulnerabilidade aos danos à saúde”, afirmam os pesquisadores.