Centro de Ciências Agrárias é referência na produção de conhecimento para a Agroecologia

16/06/2017 14:39

A Agroecologia é mais do que técnicas de cultivo no campo. Para pequenos produtores, é um movimento de resistência aos interesses das grandes corporações que atuam no setor, e de combate às relações desiguais de comercialização e consumo dos produtos agrícolas. “É um conceito de vida que prioriza a relação com a natureza, que repensa o consumismo e promove o cuidado e atenção ao próximo” diz a agricultora Sônia Jendiroba, moradora do bairro Ratones, em Florianópolis, e participante da feira orgânica do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFSC.

Método UFSC de Compostagem

O CCA é referência na produção de conhecimento de técnicas agroecológicas no país, e esse reconhecimento não é recente, é desde que começou a discutir a Agroecologia como meio produtivo no país” diz Walter Quadros Seiffert, diretor do do Centro de Ensino. De fato, o CCA tem papel importante na produção de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias a exemplo do “Método UFSC de Compostagem”, que é uma adaptação de outro modelo mais tradicional que possibilita empilhar matéria orgânica diariamente em uma estrutura alongada conhecida como Leiras. Diferentemente de outros métodos, no da UFSC as leiras não são reviradas ou não tem uma aeração forçada, isso facilita a proliferação microrganismos que são biofungicidas naturais e podem eliminar pragas fungicidas nas plantas, como o fungo verticillium dahliae, que afeta as plantações de tomates. A consequência é a dispensa de defensivos para este tipo de fungo. Os métodos de compostagem podem ser utilizados para qualquer sistema de plantio, no agroecológico ou no convencional.
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Lei que proíbe venda de alimentos industrializados em escolas faz parte de educação nutricional, defende professor da UFSC

16/06/2017 14:35

Mais da metade dos brasileiros tem sobrepeso. E 18,5% da população do país é obesa. Na última década, esse problema cresceu 60% no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Entre as crianças menores de cinco anos, o índice de sobrepeso é de 7,3%, conforme números da Organização Mundial da Saúde (OMS). E a obesidade é fator de risco para doenças graves, como diabetes, hipertensão e problemas cardíacos, que figuram entre as principais causas de morte entre adultos. Ainda assim, nem todo mundo se convence de que nutrição é coisa séria.

Em reportagem publicada na quarta-feira, o DC mostrou a venda irregular de salgadinhos e doces em escolas do Estado, contrariando uma legislação de 2001, que foi feita com o objetivo de melhorar a nutrição e a saúde das crianças. O professor da UFSC Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos fala sobre a importância da lei e sobre o cenário atual da obesidade no país. 
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VI Seminário Universidade e Escolas: O Guia Alimentar e os Novos Paradigmas de Comer e Educar

16/06/2017 14:32

Acontece, dia 24 de junho, a sexta edição do Seminário Universidade e Escolas, que tem como tema “O Guia Alimentar e os Novos Paradigmas de Comer e Educar”. A organização do evento é do Núcleo Interdisciplinar de Prevenção de Doenças Crônicas na Infância, da Pró-Reitoria de Extensão da UFRGS, e da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável.

A programação, que pode ser conferida abaixo, inclui a mesa-redonda sobre o Guia Alimentar para a População Brasileira e o lançamento do livro Criança e Consumo – 10 Anos de Transformação, do Instituto Alana.

Mais informações AQUI, ou pelo e-mail: prevencaoinfancia-prorext@ufrgs.br

As inscrições devem ser realizadas de 12 a 22 de junho através do link: https://goo.gl/DGq9CA
Ou no local, das 8h às 9h, durante o evento.

*Não será cobrada Taxa de Inscrição
**Certificados pela Pró-Reitoria de Extensão da UFRGS

Visibilidade imprevisível

16/06/2017 14:30

Algumas das recompensas perseguidas pelos pesquisadores – reconhecimento dos resultados da pesquisa, oportunidades de parcerias e financiamento para projetos – têm chances maiores de se tornar viáveis se estiverem ligadas à publicação de artigos em revistas com alto fator de impacto (FI). No entanto, não basta ter artigos aceitos nos periódicos de maior prestígio para receber obrigatoriamente mais citações, assim como fazê-lo em revistas com FI mais baixo não implica um destino irrelevante para o trabalho do cientista. A disseminação dos resultados das pesquisas e sua recepção pela comunidade científica dependem também de outros fatores.

“A publicação em revistas muito concorridas não garante que os artigos sejam necessariamente mais citados”, ressalta Gilson Volpato, professor aposentado da Universidade Estadual Paulista e especialista em metodologia e redação científica. O advento da internet mudou profundamente a maneira como os papers são disseminados na comunidade científica. Por um lado, periódicos impressos passaram a publicar seus conteúdos on-line, mas com acesso restrito, garantido por assinatura ou remuneração por artigo acessado. Por outro, a internet abriu uma via para a criação de publicações de acesso aberto que só existem on-line, como a PLOS ONE, e de repositórios de preprints, como arXiv e bioRxiv, que disponibilizam manuscritos para leitura e comentários antes de serem submetidos aos periódicos para publicação (ver Pesquisa FAPESP nº 254).
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Chantagem e propostas antiéticas

09/06/2017 13:43

O Committee on Publication Ethics (Cope), fórum de editores científicos com sede em Londres que é referência em temas ligados à integridade científica, detectou o que pode ser um tipo emergente de golpe: a ação fraudulenta de empresas e instituições que se propõem a ajudar pesquisadores a publicar artigos científicos ou prestam consultoria sobre ética na pesquisa. O Cope está pedindo a pesquisadores de todo o mundo que enviem relatos de eventuais chantagens e constrangimentos impostos por tais organizações. “Não vamos investigar casos individualmente, mas gostaríamos de compreender a extensão do problema”, informou um anúncio publicado no site do fórum.

O alerta foi dado em março, num texto publicado no site Retraction Watch por um grupo de quatro pesquisadores liderado por Chris Graf, vice-presidente do Cope, que apresentou várias denúncias. Uma delas envolvia uma empresa chinesa de redação científica que propôs a Richard Holt, editor da revista Diabetic Medicine, um “negócio colaborativo” – ele receberia US$ 1 mil por artigo aceito para publicação. O e-mail da empresa argumentava que era difícil para médicos chineses publicarem em revistas de prestígio, em virtude das barreiras linguísticas, e pedia que Holt usasse sua influência para facilitar o caminho dos manuscritos. O editor respondeu que a proposta era antiética e a comunicaria ao Cope.

Em outro caso, Tamara Welschot, diretora de integridade científica da editora Springer Nature, relatou a reclamação de um pesquisador chinês que foi alvo de ameaças. Ele recebeu um e-mail de uma organização “que trabalha na promoção da ética na pesquisa científica”, alertando que haviam sido encontradas evidências de falsificação em imagens publicadas num artigo de autoria do pesquisador e insinuando que o Ministério da Educação e a Academia Chinesa de Ciências se interessariam em saber do caso. O pesquisador não respondeu, mas logo recebeu outra mensagem, com chantagem explícita. “Você decidiu ignorar o nosso e-mail. Antes de investigar todas as suas publicações, gostaríamos de lhe dar uma chance”, dizia o remetente, que exigia o pagamento de US$ 2 mil num prazo máximo de dois dias. Uma investigação mostrou que o site da entidade era falso.

Por fim, Matt Hodgkinson, coordenador de integridade científica da editora Hindawi, recebeu um e-mail de alguém que se apresentava como um negociante de papers da Rússia e parecia não ter ideia de como funciona a revisão por pares em revistas científicas. Informava que sua empresa tinha a meta de publicar entre 500 e 1.500 papers em 2017 e oferecia“artigos pré-selecionados de alta qualidade” que poderiam“ser escritos pelos principais cientistas da Rússia”. A certa altura, perguntava: “Quais são as condições e prazos? Aceita pagamentos via PayPal?”, referindo-se ao sistema de transferência de dinheiro que passa ao largo dos cheques e dos boletos bancários. Hodgkinson também enviou o caso ao Cope.

Fonte: Revista Pesquisa FAPESP

UFSC Explica: o que é Coleta Seletiva?

09/06/2017 13:41

No Dia do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, será lançada a primeira etapa da campanha “Coleta Solidária na UFSC”. Nesta edição do UFSC Explica, às vésperas da comemoração desse dia de conscientização e de proposição de novos comportamentos, a engenheira sanitarista e ambiental da Prefeitura Universitária (PU/UFSC), Sara Meireles, responde perguntas que contemplam o cenário da coleta seletiva no Brasil, dados sobre os resíduos gerados na universidade, informações sobre destinação adequada e sobre o trabalho dos catadores de materiais recicláveis, além de dicas para começar hoje mesmo a separar o lixo e informações em primeira mão sobre a campanha.

Sara é mestre em Engenharia Ambiental na área de Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos na UFSC, responsável-técnica pelo Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da universidade e presidente da Comissão para a Coleta Seletiva Solidária da UFSC. Também colaboraram para essa edição a engenheira sanitarista e ambiental da PU, Branda Vieira, e as bolsistas do Projeto de Extensão “Educação Ambiental para a Implementação da Coleta Seletiva Solidária na Universidade Federal de Santa Catarina” do Núcleo de Educação Ambiental (Neamb), Bruna Moraes Vicente e Natália Silvério.

1. O que é coleta seletiva solidária?

Coleta seletiva é o recolhimento de resíduos sólidos recicláveis, previamente segregados na fonte, para promover sua valorização, por reciclagem, compostagem, reutilização, recuperação, ou outra forma de destinação final ambientalmente adequada. A UFSC implantará a “Coleta Seletiva Solidária” para promover essa valorização com a inclusão social e econômica dos catadores.
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Prática da agricultura urbana é regulamentada em Florianópolis

08/06/2017 13:54

A geografia da cidade, a ocupação e uso do solo e a “vocação” dos habitantes fazem de Florianópolis uma cidade ideal para o desenvolvimento da agricultura urbana. Esta é a visão da Rede Semear, entidade composta por secretarias municipais, organização civil e grupos autogestionados, responsável pela elaboração do Programa Municipal de Agricultura Urbana, sancionado pelo prefeito Gean Loureiro nesta segunda, 5 de junho. O programa é fruto de estudos e trabalhos da rede ao longo dos últimos três anos e envolve diversos setores da sociedade.

De acordo com Francisca Daussy, da Secretaria Municipal de Saúde e da Rede Semear, a proposta é consolidar a gestão dos resíduos sólidos, estimular hábitos de vida saudáveis, o cultivo e uso de fitoterápicos e a manutenção de terrenos limpos, livres de vetores de doenças.

– Queremos utilizar como espaço de horta comunitária os terrenos baldios que têm descarte irregular de lixo e se transformam em criadouros do Aedes Aegypti. Outro aspecto é o fomento à compostagem, que retira os resíduos orgânicos dos aterros sanitários e dá uma destinação mais adequada. Junto disso, as hortas e as compostagens podem ser geradoras de renda para muitas famílias – afirma.

Na prática, o programa estabelece apenas diretrizes para ações agroecológicas que envolvam produção, agroextrativismo, coleta, transformação e prestação de serviços, de forma segura. Com a sanção do prefeito, as atenções se voltam para a busca por recursos que permitam o desenvolvimento do programa.

– O decreto dá visibilidade para a agricultura urbana e concilia várias ações que já acontecem na cidade, mas não trata das questões orçamentárias. É importante que a prefeitura coloque a agricultura urbana como um pilar de desenvolvimento da cidade e invista nisso, senão o programa não se transformará em ações práticas – pondera o vereador Marcos José de Abreu (PSOL), um dos idealizadores do projeto.

O prefeito Gean Loureiro reforçou a importância de investir em práticas sustentáveis, que condigam com as mudanças sociais.

– Esse programa nos ajuda a alcançar o objetivo de tornar Florianópolis uma das cidades mais criativas e inteligentes do mundo – disse o prefeito.
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Encontro destaca hortaliças não convencionais

05/06/2017 13:19

Profissionais apresentam uso e novas possibilidades para plantas alimentícias no Brasil. Evento ocorre até sexta-feira (02/06), em Brasília.

LETÍCIA VERDI

“Precisamos levar para as nossas casas novos sabores, novos aromas! Temos a maior biodiversidade do planeta, mas a nossa produção de alimentos é de espécies importadas.” Assim, o consultor do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Lidio Coradin, incitou os presentes a conhecer as plantas nativas do Brasil, durante o I Encontro Nacional de Hortaliças não Convencionais (HortPanc), em Brasília.

O encontro fez parte da XII Semana dos Alimentos Orgânicos, que vai até 4 de junho, no Distrito Federal. O evento reuniu profissionais interessados no tema, também conhecido como “hortaliças tradicionais”, com o objetivo de estimular a produção e o consumo e promover a construção de laços entre produtores, profissionais de gastronomia, pesquisadores e professores.

Segundo o consultor do MMA, Lidio Coradin, o estímulo ao consumo da variedade de PANCs existente no Brasil ajudaria a substituir produtos ultra processados oferecidos pela indústria alimentícia. “Três cereais – arroz, milho e trigo – são responsáveis por 50% da nossa energia. Daí, vemos a fragilidade do sistema alimentar mundial, com impactos muito negativos na saúde, gerando obesidade e carência nutritiva”, ressaltou.

“Temos a maior biodiversidade do planeta, mas a base da nossa agricultura são espécies exóticas. Isso é um paradoxo”, questionou o consultor. “O grande desafio é criar um mercado consumidor de PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais). Se a população soubesse que o buriti e o tucumã, nativos do Cerrado, têm muito mais vitamina A do que a cenoura; ou que o camu camu e a mangaba ganham, de longe, da laranja em vitamina C, quem sabe mudaria de hábitos”.

LIVRO

Ainda neste mês, o MMA lançará o livro, de mais de mil páginas, Espécies Nativas da Flora Brasileira, Plantas para o Futuro, em que estão mapeadas 173 espécies da região Centro-Oeste, com as principais características de cada espécie do ponto de vista alimentar e terapêutico. Trata-se do segundo volume de uma coleção das regiões brasileiras. O primeiro volume, lançado em 2011, abordou a região Sul.

O Ministério do Meio Ambiente também coordena o projeto Biodiversidade para Alimentação e Nutrição (BFN), por meio da Secretaria de Biodiversidade, que tem como agências implementadoras o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU Meio Ambiente) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

PANCs

Estão entre as Plantas Alimentícias Não Convencionais (Pancs) as seguintes espécies: beldroega, azedinha, anredera, vinagreira, muricato, amaranto, caruru, taioba, serralha, peixinho, jambu, capuchinha, fisális, maxixe-do-reino, mangarito, major-gomes, cará-do-ar, ora-pro-nóbis, almeirão-de-árvore e bertalha.

O evento em Brasília foi organizado pela Embrapa Hortaliças, com a parceria dos Ministérios do Meio Ambiente, da Saúde e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), além da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Distrito Federal e de Minas Gerais e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae).

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227

Egressa do PPGN e membro do NUPPRE vai fazer pós-doutorado na OMS

05/06/2017 13:15

Nathalie Kliemann, Nutricionista e Mestra em Nutrição pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), membro do Núcleo de Pesquisa de Nutrição em Produção de Refeições (NUPPRE), está finalizando Doutorado Pleno na University College London (UCL), Inglaterra, com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Sob orientação das professoras Rebecca Beeken e Fiona Johnson do departamento de Ciências do Comportamento e da Saúde da UCL, a tese teve como objetivo investigar o papel das habilidades de autorregulação do comportamento alimentar no controle do peso e da dieta em adultos. Dentre os quatro estudos que compõem a tese, Nathalie avaliou o efeito da intervenção ‘Ten Top Tips for weight loss (10TT)‘, desenvolvida pelo ‘Cancer Research UK’, na capacidade de autorregulação de indivíduos obesos e o impacto do aprimoramento da autorregulação na perda de peso.

Dando continuidade a esse estudo, Nathalie foi selecionada para realizar pós-doutorado fellowship na Agência Internacional de Pesquisa em Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/WHO), em Lyon, França. Nos próximos dois anos ela avaliará o impacto da perda de peso promovida pelo 10TT e por outras intervenções comportamentais, na redução de risco de Câncer Colorretal.

 

Livro traz informações sobre peixes mais comuns de Florianópolis

05/06/2017 13:00

Ocorreu dia 27 de maio, no Mercado Público de Florianópolis, o lançamento do livro Que peixe é este? – O sabor da pesca artesanal na Ilha de Santa Catarina, produzido por professores e estudantes do Câmpus Florianópolis-Continente do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Em 336 páginas, a obra traz informações biológicas, nutricionais e gastronômicas sobre mais de 30 espécies comumente pescadas na Capital, com objetivo de valorizar peixes muito apreciados pelos pescadores, mas de pouco valor comercial. Estão presentes as populares tainha, sardinha e enchova, mas também outras menos conhecidas da população em geral, como gordinho, guaivira e xerelete.
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Plenária indica a conselheira Elisabetta Recine para presidir o Consea

24/05/2017 14:04

A nutricionista, professora e pesquisadora Elisabetta Recine foi escolhida pelos integrantes do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) para presidir o órgão no período 2017-2019. O nome foi definido em consenso durante reunião plenária na manhã desta quinta-feira (19), em Brasília, com a presença de praticamente todos os conselheiros titulares e suplentes.

A indicação agora será submetida ao presidente da República, Michel Temer, a quem compete a nomeação oficial. A presidência do Consea, de acordo com a lei 11.346/06, deve ser exercida por representante da sociedade civil.

Caso seja confirmada a escolha, Elisabetta será a segunda mulher a ocupar a presidência do Consea, sucedendo no cargo a antropóloga Maria Emília Pacheco. O conselho foi criado em 1993, desativado em 1995 e recriado em 2003. Em ordem cronológica, os outros presidentes do Consea foram Dom Mauro Morelli, Luiz Marinho, Chico Menezes e Renato S. Maluf.
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Demetra: novo prazo para envio de artigo em número temático

03/05/2017 22:15

Caros leitores,

Atendendo a pedidos, o prazo para submissão de artigos para publicação no número temático “ENSINO, CIÊNCIA E SAÚDE: PERSPECTIVAS CRÍTICAS” foi prorrogado até dia 07 DE MAIO DE 2017.

A revista DEMETRA: Alimentação, Nutrição e Saúde (www.demetra.br) propõe neste número temático a publicação de estudos sobre Ensino, Ciências e Saúde contemplando os mais variados temas de interesse entre docentes, pesquisadores e discentes.

Por que este número temático?
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Marcha pela Ciência se espalha no mundo com pautas locais

26/04/2017 11:27

Em uma tentativa de mostrar que existem para além de seus laboratórios, integrantes da comunidade científica foram às ruas no sábado, 22 de abril, no que ficou conhecido como Marcha pela Ciência. Em vez de deslocamentos, na cidade de São Paulo a organização optou por atividades fixas no Largo da Batata, na zona oeste. O evento paulistano foi um das 25 programados no país e uma das cerca de 600 marchas satélites em todo o mundo, e foi organizado por um comitê formado principalmente por estudantes sob coordenação da bióloga Nathalie Cella, professora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).

Na grande praça por onde uma diversidade de pessoas circula todos os dias, foram armadas tendas para atividades de divulgação científica, como truques de mágicas com base em matemática, mostra de réplicas de fósseis de ancestrais humanos e debate a respeito de doenças virais transmitidas por mosquitos. Cada tenda recebeu o nome de um cientista brasileiro: César Lattes, Oswaldo Frota-Pessoa, Mário Festa e Suzana Herculano-Houzel foram alguns dos homenageados. Aziz Ab’Saber deu nome à barraca que recebeu a equipe do podcast SciCast. “Além de ter sido excelente professor e ajudado a pautar a geografia e a antropologia, ele advogava o papel social das ciências no auxílio aos movimentos de massa”, explica Fernando Malta, mais conhecido como Fencas, um dos apresentadores do SciCast e formado em relações internacionais e gestão ambiental.
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Um projeto de pesquisa bem escrito tem boas chances de ser contemplado com os recursos necessários para seu desenvolvimento

26/04/2017 11:26

Mapa da mina: Um projeto de pesquisa bem escrito tem boas chances de ser contemplado com os recursos necessários para seu desenvolvimento

Para conseguir financiamento de uma agência de fomento à pesquisa, os pesquisadores antes precisam apresentar um projeto que é analisado por uma equipe de cientistas experientes. Propostas bem escritas, estruturadas e fundamentadas têm chances maiores de ser selecionadas e, entre essas, aquelas cujos proponentes demonstrem ser suficientemente qualificados para executar o que estão propondo. Estar atento aos detalhes ajuda o pesquisador a elaborar um projeto de pesquisa robusto, convincente e com possibilidades reais de conseguir os recursos necessários para seu desenvolvimento.

Para ajudar os pesquisadores, existem hoje vários manuais com orientações sobre como escrever um projeto de pesquisa. É o caso da National Science Foundation (NSF), a principal agência de fomento à pesquisa dos Estados Unidos, e da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS).
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Más de cien artículos científicos retirados por fraude son una llamada de atención: o cambiamos el sistema o tendremos problemas

26/04/2017 11:22

Más de cien papers acaban de ser retractados de la revista Tumor Biology después de que se descubriera que los autores fingieron el proceso de revisión de pares. No es un hecho aislado: el año pasado cayeron otros 58 artículos científicos de los que 25 fueron de la misma revista.

Pero, siendo sinceros, esto es solo una gota en el océano de problemas que arrastra la ciencia contemporánea. Hoy las debilidades del sistema de publicación científica afectan a la investigación del cáncer, pero si no buscamos una solución pronto las consecuencias pueden ser mucho más graves.
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O retrocesso no controle dos agrotóxicos no Brasil – artigo de Fernando Carneiro – ABRASCO

26/04/2017 11:20

O Brasil continua sendo o maior consumidor de agrotóxicos do planeta. Entre os anos de 2009 e 2012, as análises de resíduos de agrotóxicos em alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) detectaram contaminação de 60 a 70% dos alimentos e pelo menos 30% de amostras impróprias para consumo humano, como analisado no ‘Dossiê Abrasco: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde’. Mas, de repente, em 2017, o Brasil virou o país dos “alimentos seguros”.

Como a Anvisa colaborou para tamanha boa notícia? Simples: alterou seus métodos de análise e conclusões. Agora, 1,11% dos alimentos apresentam risco agudo, o que mesmo assim não é pouco. A cada 100 pessoas, uma pode passar mal intoxicada ao ingerir um dos produtos monitorados. Antes, a metodologia dava destaque as amostras impróprias para consumo humano, que nesse último relatório foram de 19,7% em média.
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“Dra. Fraude” se candidata para vaga de editora

26/04/2017 11:13

Representantes de conselhos editoriais de 360 revistas científicas de acesso aberto receberam em 2015 um e-mail de uma certa Anna Olga Szust, jovem professora do Instituto de Filosofia da Universidade Adam Mickiewicz, na Polônia. Na mensagem, ela se dispunha a atuar como editora das publicações, embora oferecesse escassas credenciais acadêmicas: no currículo, havia apenas alguns trabalhos apresentados em conferências e um capítulo de livro, cujo título sugeria que jovens mulheres nascidas na primavera seriam mais atraentes fisicamente do que as outras. Em pouco tempo, vieram respostas. Anna foi aceita como editora por 48 periódicos e quatro chegaram a convidá-la para assumir o posto de editora-chefe “sem responsabilidades”, como escreveu um dos interlocutores. Houve também uma oferta para ela ajudar a criar uma nova revista.

A facilidade com que a inexperiente e desconhecida professora foi atendida já seria grave. O caso, porém, revela algo muito pior: Anna Olga Szust não existe. A inicial do nome do meio e o sobrenome, juntos, formam a palavra polonesa oszust, que pode ser traduzida como fraudador ou trapaceiro. A personagem foi criada por pesquisadores de universidades da Polônia, da Alemanha e do Reino Unido, que a apelidaram de “Dra. Fraude”, numa investigação sobre o modo de operar das chamadas revistas predatórias, como são conhecidas as publicações que divulgam papers sem submetê-los a uma genuína revisão por pares – basta pagar para ver o artigo publicado.
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Conflito de Interesse

26/04/2017 11:07
A Biblioteca Nacional de Medicina começou a adicionar informações sobre os conflitos de interesse (ou falta de) para os resumos no PubMed!
 
*78.000 resumos já têm informações nessa linha (principalmente "nenhum conflito relatado"). 

Em uma pesquise coloque, por exemplo, Merck Research Lab. na caixa de pesquisa principal, ou digite Coca-Cola e os artigos com financiamento das empresas aparece
Ou insira coca-cola [cois] para encontrar papéis nos quais a empresa está listada na seção de COI.
As informações serão prospectivas e não serão adicionadas aos resumos publicados anteriormente.
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Symposium on ‘Cooking as a ritual: Cuisine and Culture in the globalized 21st Century World’ in Lyons, France, JUne 28-29

26/04/2017 10:55
Symposium & Workshop
COOKING AS A RITUAL
Cuisine and culture in the globalized 21st century world.
28th – 29th June 2017
Cooking is one of the most interesting characteristic of one culture
It gathers indeed material aspects (ingredients, tools, places) and symbolic values(representation, type of meals) that are often shared by social groups, while varying a lot at a global point of view. 
From this perspective, cooking can be considered as ritual. 
The cook has indeed to respect codes and rules (regarding places, technics and materials) that are linked to specific representation, to create a product that eater(s) will believe can be eaten – that’s to say incorporated, physically and symbolically. 
However, food – and de facto cooking is deeply impacted by the increase of global exchanges that characterize globalization
acculturation of new products, sharing of recipes, modification of food patterns… 
The aim of this symposium will thus be to question 
the evolution of cooking perceived as a ritual in a globalized world.  

VAGA SESI SC

17/04/2017 23:54
Vaga para atuar em projeto de pesquisa junto ao SESI-SC
 
SESI-SC está selecionando profissional da área da saúde com mestrado para atuar em projeto de pesquisa.
 
Informações:
– Candidato precisa ter conhecimento consolidado em excel.
– O projeto tem uma previsão de duração até dezembro de 2017;
– Inicio das atividades imediato;
– O pesquisador será remunerado com bolsa no valor de R$ 2.000,00.

Projeto de Lei da Política Municipal de Agroecologia e Produção Orgânica (PMAPO)

17/04/2017 23:53
VEREADOR EXPLICA PROJETO DE LEI QUE APOIA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS EM FLORIANÓPOLIS: “TRANSCENDE DIREITA OU ESQUERDA”

“Essa política precisa discutir o direito à cidade, o uso da terra, a função social da  propriedade, discutir qual é a cidade que queremos. Discutir o plano diretor, a especulação imobiliária, formas organizativas de produzir alimentos.” Com essa declaração, o vereador Marcos José de Abreu (PSOL), o Marquito, sintetiza um dos propósitos do projeto de lei que apresentou no último mês na Câmara Municipal de Florianópolis.

O PL propõe instituir a Política Municipal de Agroecologia e Produção Orgânica (PMAPO), que prevê a implementação de mecanismos de incentivo aos produtores e à agricultura familiar, como: demarcação de áreas rurais dentro da cidade; criação de feiras orgânicas em mais bairros; regulamentação de terrenos baldios para a produção de alimentos; garantia e ampliação dos 30% de alimentos da merenda escolar municipal vindos de agricultura familiar, como já previsto em lei nacional; entre outras medidas.

Diferente da agricultura convencional, as práticas agroecológicas visam a produção de alimentos integrada à preservação do meio ambiente, respeitando seus ciclos e unindo vários ramos da ciência aos saberes dos povos tradicionais. Esse elo também engloba a preocupação e a responsabilidade social em estabelecer novas formas sustentáveis de relação entre a sociedade e a natureza, tornando-se uma forma de resistência da agricultura familiar frente ao agronegócio.

Segundo vereador mais votado na capital, Marquito fez campanha com foco no incentivo à agroecologia.

Segundo vereador mais votado na capital, Marquito fez campanha com foco no incentivo à agroecologia. Foto: Divulgação

No mesmo dia em que protocolou o projeto na Câmara Municipal, em 14 de março, o vereador e sua equipe inauguraram um Espaço Agroecológico aberto ao público dentro do gabinete onde trabalham diariamente. Sementes crioulas, chás, sacos de adubo orgânico, um minhocário para compostagem de resíduos orgânicos e até um exemplar de banheiro seco se encontram dispostos na sala verde, que tem as portas forradas com chitas coloridas. O espaço pretende demonstrar o que, se aprovada, a política municipal visa instalar pela cidade: centros de fomento que ofereçam cursos, sementes e adubo a quem quiser plantar.

Eleito com 5.448 votos na sua primeira candidatura, Marquito foi o segundo vereador mais votado nas últimas eleições em Florianópolis. Engenheiro Agrônomo e mestre em Agrossistemas, também é presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Santa Catarina (CONSEA/SC) e idealizador do projeto de compostagem comunitária de resíduos orgânicos no bairro Monte Cristo, a Revolução dos Baldinhos.

O Maruim conversou com o vereador para entender melhor como essa política municipal pode impactar os produtores e consumidores da cidade.

MARUIM: O que é a Política Municipal de Agroecologia e Produção Orgânica?

Marquito: É uma “política guarda-chuva” que consegue amparar todas as ações que estão acontecendo ou necessitam acontecer na cidade, sejam do governo ou da sociedade civil no âmbito da cadeia produtiva de alimentos, desde a produção, manutenção, comercialização e o consumo. Resumidamente, ela vai dar diretrizes e orientações para que se tenha uma política pública municipal de estado – não de governo, não de um vereador e sim que transcenda gestões – que consiga dar apoio e suporte às ações da sociedade civil e do governo, para que tenhamos uma produção de alimentos agroecológicos e orgânicos no município, desde a produção até o consumo final.

MARUIM: Na sua opinião, bandeiras como a da agroecologia e do meio ambiente são vistos ainda hoje, por muitos, como pauta exclusivamente da esquerda?

Marquito: Eu acho que hoje, a alimentação agroecológica transcende esse espaço demarcado de direita ou esquerda, tanto é que tem muita gente ideologicamente de direita consumindo e aplaudindo essas ações. Às vezes ser colocado num campo desses cria barreiras, pelos estereótipos que nos colocam. Somos declaradamente oposição a esse governo, pois eles têm uma visão de mundo que difere completamente da nossa. Quando eles fazem uma ação, eles desconsideram completamente a participação social, desconsideram que as políticas públicas devem ser construídas através da sociedade. Temos essa visão declarada, que as coisas são construídas através da sociedade, das relações comunitárias. Agora o tema como da agroecologia e produção orgânica pode ser facilmente apropriado, dentro dessa lógica de governança que o atual governo tem. Mas essa apropriação ocorre dentro de uma visão segmentada, o importante pra nós é que seja mantida e preservada essa visão sistêmica, que ela é uma política necessária pra sociedade civil, pras comunidades, pras organizações dos bairros, pros setores públicos. Mas ela precisa ser vista de forma amplificada, e não como um projetinho pontual de hortinhas, pra maquiar um problema. Essa política precisa discutir o direito a cidade, o uso da terra, a função social da  propriedade, discutir qual é a cidade que queremos, discutir o plano diretor, a especulação imobiliária, formas organizativas de produzir alimentos. Discutir o modelo agroalimentar que nós temos, a questão dos resíduos. Enfim, toda essa discussão política por trás é muito importante.

Esses são temas centrais hoje no modelo econômico vigente. A gente tem um papel reativo das políticas como pressão, mas também tem uma visão de mundo, de sociedade, de cidade próspera, socializada. Menos o ter e mais o ser. Temos essa visão de que é a mais importante você poder ter um tempo pra produzir e comer seu próprio alimento do que viver como uma máquina, trabalhando pra poder ir no mercado comprar comida. Essa visão de você se sentir parte daquele lugar que tu vive. Às vezes essas coisas que são uma visão de mundo muito mais socialistas acabam te colocando nesse campo de “é um projeto de esquerda”, mas não é por isso, a gente tem uma visão muito mais coletiva, menos individualizada. Não é a cidade para aquele grupo empresarial, não é a cidade para um interesse individual, partido x, partido y. É a cidade para as pessoas o que nós queremos.

MARUIM: Existe alguma Política Nacional de Produção Orgânica ou semelhante?

Marquito: Sim. Existe a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica e dentro dela o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, constituído através de um conselho nacional e que define diversas ações. Dentro dessa política nacional existe também a indicação para que se faça as políticas estaduais e as municipais alinhadas com esse contexto. Em alguns municípios é praticamente inédita uma política municipal e aqui nós ainda temos uma característica bem diferente: a construção do projeto de lei foi uma demanda da sociedade. Através da Rede Semear de Agricultura Urbana, órgãos e servidores públicos municipais de várias secretarias que já vêm discutindo essa questão há um tempo é que essa demanda chegou. Tanto de uma política para a agroecologia quanto para a agricultura urbana.

MARUIM: Como foi a elaboração desse projeto de lei?

Marquito:Como mandato, nós pegamos a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, uma minuta de uma Política Municipal de Agricultura Urbana e fundimos. Para a parte da agricultura urbana ela prevê: quintais produtivos, hortas comunitárias, escolares, em centros de saúde e nos Centros de Referência de Assistência Social, além de ocupar áreas verdes e produzir alimentos em espaços de unidades de conservação, em parques, em áreas públicas. Somamos isso à parte da política nacional, que é o incentivo de produção nas áreas rurais, incentivo às feiras agroecológicas, à questão do comércio justo, ao associativismo, a um sistema de certificação participativa dos produtos. A Política Nacional está acontecendo, ela é muito importante hoje para a agroecologia da agricultura familiar mas fala pouco de agricultura urbana. Os estados estão produzindo suas políticas estaduais mas em municípios é praticamente inédita.

MARUIM: Quais demandas ela visa suprir?

Marquito: A gente vê surgindo na cidade um movimento da sociedade organizada em coletivos, em redes, em ONGs, promovendo hortas comunitárias em espaços públicos como escolas, postos de saúdes e praças. Precisamos amparar essas atividades. Há várias reivindicações nesse sentido, como pela regulamentação de terrenos baldios onde as pessoas possam fazer o uso da terra para a agricultura – numa cidade onde a especulação imobiliária é alta. Queremos um desenho no plano diretor que integre um mosaico com agricultura e áreas urbanas, já que a cidade vai crescendo e não são previstas áreas verdes junto a esse crescimento, além da manutenção das zonas rurais, uma vez que a cidade se urbaniza e a terra fica cara. A Política Municipal também prevê suprir a criação de centros de difusão que consigam apoiar as pessoas com sementes, adubo orgânico, cursos e oficinas; e o incentivo e facilitação para instalar as feiras agroecológicas pra comercialização direta dos produtos orgânicos, além de um maior investimento público para as hortas institucionais, como em escolas e centros de saúde.

Outra reivindicação que está prevista na lei é a de aquisição de alimentos agroecológicos para a alimentação escolar. Hoje existe uma lei nacional (Programa Nacional de Alimentação Escolar) que prevê que, no mínimo, 30% deve ser adquirida de forma direta da agricultura familiar, preferencialmente agroecológica e queremos incentivar isso em Florianópolis. Há também um problema na regulamentação da feira de sábado aqui do centro, onde alguns produtores não conseguem vender porque não têm a Declaração de Aptidão do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), cujo não conseguem obter pois estão inseridos em uma área urbana. Esse tipo de conflito que inviabiliza o setor acontece porque não temos os marcos legais. E um dos marcos é esse: a cidade reconhecer que temos macro áreas rurais e aí a  tributação é diferente, no IPTU, a energia elétrica é subsidiada e com esses subsídios a agricultura familiar conseguiria se manter em melhores condições.

MARUIM: O Projeto de Lei prevê quais medidas para incentivar o consumo desses alimentos orgânicos?

Marquito: Uma das diretrizes é o incentivo às feiras agroecológicas do município em diferentes bairros. Especialmente para não elitizar esse consumo. Hoje nós temos poucas feiras e os produtores encontram várias dificuldades, como a questão dos alvarás. Cada feirante precisa ter um alvará e a gente defende que as feiras agroecológicas tenham um único alvará e que a organização da feira consiga selecionar quem participa, segundo os critérios agroecológicos. O agricultor agroecológico de Florianópolis, hoje, não consegue ir no banco e pegar uma linha de financiamento da Pronaf pra comprar um caminhãozinho, por exemplo. São políticas públicas federais mas que não englobam esse agricultor. Esse projeto, se aprovado, vai ser muito importante porque ele demarca a produção de alimento na área urbana. Olha a fragilidade da nossa cidade: tudo o que nós consumimos de alimento entra e sai por aquela ponte. Se a ponte quebra, em 5 dias acabou a comida aqui dentro.

MARUIM: Há um histórico do partido ou de algum grupo para tentar colocar essa pauta na agenda da CMF ou é algo totalmente novo?

Marquito: Essa visão de um projeto amplo é inédita. Alguns vereadores já propuseram alguns projetos de leis, mas as situações eram bem específicas, como a implementação de uma horta em um determinado bairro, por exemplo. Projetos soltos. Nessa visão sistêmica, ampliada, como uma política de estado e não um projeto de um governo ou de um vereador, é bem inédita. Inclusive é um dos desafios que a gente vai ter: o de sensibilizar e educar tantos outros vereadores e até mesmo o próprio executivo pra uma ideia tão sistêmica, já que muitos estão acostumados com padrinhos, com projetos pra beneficiar sua gestão e que depois não são continuados, práticas nesse sentido.

MARUIM: A partir do momento em que é protocolado, qual o trâmite interno?

Marquito: Agora ele está na procuradoria da câmara, onde ela faz um parecer e depois é encaminhado para as Comissões: de Justiça, de Meio Ambiente, Trabalho, Emprego e de Desenvolvimento Econômico. Depois das comissões ele vai a plenário para ser aprovado. Cada comissão tem o limite de 60 dias para apreciar a matéria e dar um parecer, mas em caso de dúvidas elas podem pedir consultas às secretarias, por isso pode ser rápido ou lento. Mandando para consulta o prazo volta a zerar. Esse processo pode ser mais rápido se houver pressão popular.

MARUIM: Como a sociedade pode apoiar?

Marquito: Ter em mente os princípios desse projeto: o primeiro é que não é “o projeto do vereador Marquito”, é o projeto que foi construído no âmbito da sociedade civil, com servidores públicos municipais que vêm trabalhando com diversas secretarias. Segundo que é um projeto intersetorial, nessa visão sistêmica e que abrange várias ações, o que é muito melhor que projetinhos picados. E terceiro é entender bem o projeto para apoiá-lo, seja através de campanha com mais pessoas ou de ligar e mandar e-mail para os vereadores demonstrando conhecimento e apoio. Forçar e reforçar isso com os vereadores e com as secretarias. Escrever, dizer que apoia, conhecer, ler, contribuir.

Todos os projetos de lei protocolados podem ser acessados no site da Câmara Municipal dos Vereadores de Florianópolis, disponível na aba tramitação de matérias.

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