O Brasil se aproxima de meio milhão de mortes por coronavírus, e já se sabe que a doença é mais letal para as populações vulnerabilizadas – negros, indígenas, trabalhadores pobres e precarizados – e, ao mesmo tempo, aprofunda as desigualdades sociais. Neste fluxo que se retroalimenta (a pandemia, a iniquidade e a morte), pesquisadores do GT Saúde e Ambiente da Abrasco, em parceria com a International Pollutants Elimination Network (IPEN) acrescentam mais um fator: o agronegócio.
O documento “Agronegócio e pandemia no Brasil: uma sindemia está agravando a pandemia de Covid-19?”, lançado em 27 de maio, demonstra que além da agroindústria aumentar as chances de novas zoonoses – com destruição de habitats naturais -, também deixa as pessoas mais vulneráveis a doenças do tipo. Isto é porque o uso de agrotóxicos nos alimentos afeta o sistema imunológico, enquanto o consumo de ultraprocessados intensifica doenças e agravos não transmissíveis.
Leia na íntegra.
Um estudo desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGN), no âmbito do Núcleo de Pesquisa de Nutrição em Produção de Refeições (Nupre) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), teve como objetivo avaliar as informações sobre os açúcares na rotulagem de alimentos industrializados comercializados no Brasil e investigar formatos de rotulagem que sejam compreensíveis e auxiliem consumidores brasileiros nas suas escolhas alimentares.
Realizada com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a pesquisa é resultado da tese de doutorado defendida pela nutricionista Tailane Scapin, em maio deste ano, sob orientação da professora Rossana Pacheco da Costa Proença e coorientação da professora Ana Carolina Fernandes. O estudo ainda foi orientado pelos professores Bruce Neal e Simone Pettigrew, do The George Institute for Global Health, associado à University of New South Wales em Sidney, Austrália, onde a Tailane realizou estágio de doutorado sanduíche entre agosto de 2019 e março de 2021.
Leia na íntegra.
Confira o resumo do artigo publicado na Revista de Nutrição:
O artigo teve por objetivo realizar uma análise histórica da difusão dos conceitos científicos sobre obesidade, sobrepeso e excesso de peso no campo da epidemiologia nutricional no contexto mundial. Os procedimentos metodológicos compreenderam: (1) Busca sistemática na base PubMed® utilizando unitermos isolados e sem filtro temporal para data; (2) Busca e análise documental de instrumentos normativos nas páginas eletrônicas da Organização Mundial de Saúde, do Centers for Disease Control and Prevention e da World Obesity Federation e (3) Análise da produção científica de cientistas participantes da classificação de obesidade da International Obesity Task Force. A análise histórica mostrou que, pelo volume de publicações sobre obesidade, a emergência da problemática no cenário universal ocorreu na década de 1940-1949. Pelo número de publicações dos últimos 20 anos, que corresponde a 85% do período investigado, pode- -se deduzir que a preocupação dos cientistas em investigar a temática é um fenômeno coincidente com a declaração de obesidade como epidemia global feita pela Organização Mundial de Saúde no ano 2000. Em concordância com procedimentos normativos estabelecidos pelas organizações internacionais, verificou-se uma hegemonia do uso dos conceitos de obesity e overweight, nessa ordem de prioridade, pelos cientistas no contexto internacional. O conceito de excess weight experimentou relativa ascensão desde os anos 2000, mas teve seu uso bem restrito, expressando dissonância frente às recomendações das organizações internacionais de normatização – o que sugere uma discussão e revisão de seu uso pela comunidade científica global.
Leia na íntegra.
In the context of 2021, International Year of Fruits and Vegetable, this special edition of the Global Fruit and Veg Newsletter presents the initiatives of 4 national entities “5 a day” belonging to AIAM5 – Global Alliance for the Promotion of Fruit and Vegetable Consumption “5 a day”, with a long history in the performance of social marketing campaigns and interventions in the community: Germany, Chile, New Zealand and Spain. […] I hope these actions can inspire other entities with similar objectives, especially in this International Year of Fruits and Vegetables.
Leia na íntegra.
Teste realizado a pedido do Greenpeace com alimentos brasileiros vendidos em quatro cidades alemãs encontrou 35 substâncias, 11 delas proibidas na Europa. Brasil minimiza e diz que produção agrícola atende a regras internacionais.
Leia na íntegra.
A dois quarteirões da praia, em meio a hotéis de luxo e altos edifícios residenciais com vista para o Biscayne Boulevard, na melhor parte do centro de Miami, o poder do dinheiro é visível.
Não há crise ou pandemia aqui, ou pelo menos não parece haver. Cinco quarteirões adiante, contudo, uma outra Miami se descortina. Aquela que não pode ser vista, que existe à sombra da opulência.
Em Overtown, um dos bairros mais pobres da cidade, é difícil encontrar alimentos nutritivos. As prateleiras das lojinhas de esquina estão cheias de processados, refrigerantes, fast food, cerveja, tabaco e bilhetes de loteria.
Leia na íntegra.
“Con nuestro pan no!”, reagiram organizações de defesa do ambiente e setores da indústria de alimentos argentinos em outubro de 2020, quando houve a aprovação pelos órgãos técnicos do país vizinho para cultivo de um trigo transgênico com vistas à exportação para o Brasil. O Brasil é um grande consumidor do trigo argentino – quase 74% do trigo que o Brasil importou em 2020 veio da Argentina, segundo o Sinditrigo. Agora, parte da operação casada para cultivar na Argentina e vender para consumo no Brasil o trigo transgênico está na boca da caçapa. No próximo dia 10 de junho, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, CTNBio, do Ministério da Ciência e Tecnologia, analisa, em sua 2… – Veja mais em https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/mara-gama/2021/06/02/se-liberado-trigo-transgenico-fara-brasileiro-de-cobaia-diz-especialista.htm?cmpid=copiaecola
O problema não é a colherzinha (ou duas), mas como essa substância se camufla com vários nomes em alimentos processados que, por outro lado, não existiriam sem ela. A melhor maneira de se livrar não é ficando obcecado em vetá-lo, mas comendo mais produtos frescos.
Exerceu tal fascínio sobre Elizabeth I da Inglaterra que ela acabou ficando com poucos dentes, de cor preta. E como a rainha, a aristocracia europeia enlouqueceu com ele. Mas naquela época apenas os ricos tinham acesso ao açúcar. Hoje é um vício ao alcance de qualquer pessoa e as cifras dizem que estamos compensando com fartura aquela época em que era proibido para quase todos: consumimos em média 76,3 gramas de açúcar por dia, segundo o estudo ANIBES, quantidade que triplica o limite máximo recomendado pela OMS. É tão difícil romper com ele, como sugere o ator do anúncio espanhol Azúcar, te dejo?
Leia na íntegra.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) lançou na última segunda-feira, dia 31 de maio, a pesquisa Conhecimento e Cidadania. O estudo, relativo ao período de março a dezembro de 2020, durante a pandemia de Covid-19, buscou levantar as atividades realizadas pelas universidades federais no período. No total, 48 das 65 das universidades (70%) responderam ao questionário enviado pelo colegiado às instituições. Juntas, essas instituições beneficiaram cerca de 85,5 milhões de pessoas por meio das ações.
Leia na íntegra.
Inscrições abertas para curso de apoio à elaboração de projetos de mestrado e doutorado
O curso de apoio à elaboração de projetos de pesquisa de mestrado e doutorado está com inscrições abertas até 21 de junho. Ele é dirigido para quem deseja saber bem como conceber, construir e fundamentar teórica e metodologicamente um projeto de mestrado e doutorado. O curso pretende alimentar a inquietação a respeitos das explicações sobre as principais teorias de método científico e como empregá-las de forma apropriada para embasar a argumentação dos candidatos; como iniciar uma pesquisa científica com perguntas, hipóteses e objetivos; distinguir o que são ‘dados’ e como coletá-los e analisá-los cientificamente; e como tecer um texto científico, com conceitos-chave da metodologia científica. O curso será oferecido de 23 de junho a 11 de agosto pelo Moodle Grupos e é coordenado pelo professor Agripa Faria Alexandre. Mais informações aqui.
http://inscricoes.ufsc.br/projetodemestradoedoutorado
Essa descoberta reforça a necessidade de mudanças em nosso sistema alimentar, em que o modelo agrícola predominante é baseado na monocultura. Esse tipo de produção visa a atender a grande demanda por commodities, como soja, milho, trigo e açúcar, e faz um uso intensivo de agrotóxicos, tornando-se insustentável dos pontos de vista social, ecológico e sanitário. Outro aspecto relevante é como esse sistema proporciona maior disponibilidade e acessibilidade a ultraprocessados. Não é por acaso que esses produtos são promovidos por agressivas estratégias de publicidade que induzem ao seu consumo excessivo.
Leia na íntegra.
A revista DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde informa a publicação, em fluxo contínuo, de novos artigos do volume 16 (2021).
Foram publicados cinco artigos, em português e inglês
Confira abaixo os artigos publicados.
(mais…)
O Brasil se aproxima de meio milhão de mortes por coronavírus, e já se sabe que a doença é mais letal para as populações vulnerabilizadas – negros, indígenas, trabalhadores pobres e precarizados – e, ao mesmo tempo, aprofunda as desigualdades sociais. Neste fluxo que se retroalimenta (a pandemia, a iniquidade e a morte), pesquisadores do GT Saúde e Ambiente da Abrasco, em parceria com a International Pollutants Elimination Network (IPEN) acrescentam mais um fator: o agronegócio.
O documento “Agronegócio e pandemia no Brasil: uma sindemia está agravando a pandemia de Covid-19?”, será lançado nesta quinta-feira, 27 de maio, e demonstra que além da agroindústria aumentar as chances de novas zoonoses – com destruição de habitats naturais -, também deixa as pessoas mais vulneráveis a doenças do tipo. Isto é porque o uso de agrotóxicos nos alimentos afeta o sistema imunológico, enquanto o consumo de ultraprocessados intensifica doenças e agravos não transmissíveis.
“A incidência e a letalidade da Covid-19 é conhecida por ser maior entre as pessoas com diversas doenças crônicas, incluindo distúrbios como obesidade, diabetes, câncer, desordens pulmonares e demência. Assim, de forma sinérgica, o ‘modelo de produção do agronegócio’ não só aumenta o risco de emergências de vírus zoonóticos, mas também aumenta a exposição a agrotóxicos que, em conjunto com condições como a má nutrição, aumenta a vulnerabilidade aos danos à saúde”, afirmam os pesquisadores.
Dados do IBGE já apontavam, em 2018, que cerca de 13,42% das pessoas enfrentavam algum tipo de insegurança alimentar no estado. Cenário pode ser ainda pior, mas faltam informações recentes
“Em Santa Catarina não tem fome. Não vamos entrar nisso, basta as mulheres dos deputados tirarem os anéis e subirem os morros”. A resposta foi dada durante uma sessão da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) em meados da década de 1970. A história é contada por Rui Ricard Luz na linha do tempo de segurança alimentar, produzida pela Teia de Articulação pelo Fortalecimento da Segurança Alimentar e Nutricional (TearSAN), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Leia na íntegra.
Este estudo foi realizado no Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGN) no âmbito do Núcleo de Pesquisa de Nutrição em Produção de Refeições (NUPPRE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). É resultado da tese de doutorado defendida pela nutricionista Tailane Scapin, em maio de 2021, sob orientação da professora Rossana Pacheco da Costa Proença e coorientação da professora Ana Carolina Fernandes. O estudo ainda foi orientado pelos professores Bruce Neal e Simone Pettigrew do The George Institute for Global Health¸ associado à University of New South Wales em Sidney, Austrália, onde a Tailane realizou estágio de doutorado sanduíche entre agosto de 2019 e março de 2021. O estudo foi apoiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) por meio da concessão de bolsas de doutorado à aluna (CAPES Demanda Social e Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior). Foi também apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio de concessão de Bolsa de Produtividade em Pesquisa para a professora orientadora.
(mais…)
Secretário da pasta abre exceção para incluir argumentos de gigantes da alimentação em documento que visa prevenir doenças como hipertensão e diabetes
Contra as boas práticas que a condução da coisa pública prevê, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, atendeu a um pedido da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos, a Abia, e atrasou a divulgação do próximo plano estratégico para combate às doenças crônicas não transmissíveis, elaborado após consulta pública.
A decisão do chefe da Secretaria de Vigilância em Saúde, a SVS, provocou um mal-estar entre funcionários da área técnica, que o acusam de má gestão. Também escreve mais uma página nos registros de interferência das empresas de alimentação em políticas sanitárias.
Depois de sucessivas tentativas barradas pelos técnicos da pasta, a Abia — que representa empresas como BRF, Bunge, Danone, McDonald’s e Nestlé — obteve uma audiência com Medeiros em 4 de março deste ano para tratar da edição de 2021-2030 do “Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas e agravos não transmissíveis no Brasil”.
Leia na íntegra.
Divulgamos o lançamento, no formato e-book, do livro clássico “Qualidade Nutricional e Sensorial na Produção de Refeições” pela Editora da UFSC.
O e-book está disponível para vendas.
O livro “Coronavirus Politics”, organizado por pesquisadores da FGV EAESP e Universidade de Michigan e antecipado à imprensa pela Bori em abril de 2020, foi mencionado em questionamentos contra ex-ministros de Saúde no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia.
Os transgênicos representam 94% de toda a soja, o milho e o algodão plantados no Brasil, segundo dados de 2019 do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações Agrobiotécnicas (Isaaa). A área plantada com as sementes geneticamente modificadas no país só é superada pela dos Estados Unidos. Apesar dessa ampla utilização e distribuição, muitas incertezas permanecem em relação à segurança desses organismos que, em um processo de melhoramento genético, tiveram um gene de outra espécie adicionado aos seus. Antes de chegar nas mãos do agricultor, todos eles têm que passar por um processo de avaliação de risco, que considera – ou ao menos deveria considerar – possíveis prejuízos para seres humanos, animais e o meio ambiente. Essas análises realizadas atualmente, contudo, são bastante limitadas e não levam em conta potenciais “efeitos colaterais” que a inserção de um novo gene podem desencadear, principalmente quando combinada a situações de estresse comuns durante o cultivo, como a seca ou a aplicação de agrotóxicos.
Leia na íntegra.
Após a divulgação de dois importantes estudos sobre a grave situação da insegurança alimentar e nutricional (INSAN) no Brasil, a Ágora Abrasco desta semana vai colocar em diálogo as agendas da soberania e segurança alimentar e nutricional e da saúde, aprofundando um balanço dos desafios e perspectivas após um ano de pandemia de Covid-19. O debate é uma forma de colaborar com o delineamento de agenda imediata para mitigar a fome e criar bases para a superação da insegurança alimentar e nutricional.
FOME E PANDEMIA: Diálogos entre soberania e segurança alimentar e nutricional e saúde coletiva
QUINTA-FEIRA, 06/05 ÀS 16H
(mais…)
Uma das situações mais desafiadoras na carreira de um cientista é tentar explicar o sistema de publicação científica para as pessoas em geral. Como justificar que pesquisadores entreguem seu trabalho de graça a editoras estrangeiras, que lucram cobrando pelo acesso a ele? Ou que, além de não cobrar, eles às vezes paguem por isso?
Antes da internet, editoras comerciais eram necessárias para a divulgação de um trabalho científico: financiados por universidades ou governos, cientistas faziam pesquisa e atuavam como revisores de seus pares, delegando a tarefa de imprimir e distribuir artigos em papel a uma empresa que cobrava pelo produto de forma a manter o negócio viável.
A rápida migração online das revistas científicas na virada do século parecia anunciar mudanças: em 1995, a Forbes previu que a Elsevier, maior editora científica do mundo, seria a “primeira vítima da internet”. Passados 25 anos, o braço técnico-científico do grupo RELX, conglomerado multinacional no qual a editora se transformou, registra um faturamento anual de mais de 2,6 bilhões de libras, com margens de lucro entre 30 e 40%.
Leia na íntegra.