O perigo de publicar em revistas predatórias

17/12/2016 12:07


© LUANA GEIGER

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Existem publicações acadêmicas, apelidadas de revistas predatórias, que são conhecidas por divulgar papers sem submetê-los a uma genuína revisão por pares – basta pagar para ver o artigo publicado. O pesquisador Alexander Martin, do Colégio de Engenharia da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, mostrou que o espectro de problemas causados por essas revistas pode ser mais sério do que se imaginava.

 

Martin selecionou revistas de uma lista de mais de mil periódicos, provavelmente predatórios, que é atualizada por pesquisadores da Universidade do Colorado. A meta do pesquisador era submeter aos editores dessas revistas papers que, em condições normais, jamais seriam aceitos para publicação – e ver qual seria a reação deles. A primeira tentativa se deu com uma revista on-line chamada International Journal of Comprehensive Research in Biological Sciences, sediada na Índia. Martin enviou um manuscrito de 153 palavras cujo conteúdo fora copiado de um trabalho de escola feito por seu filho Tristan, de 7 anos, sobre morcegos. O texto reproduzia frases escritas pelo garoto, como “morcegos são animais muito legais” ou “dormem durante o dia e voam à noite”. A revista logo enviou um e-mail pedindo para os autores acrescentarem pelo menos cinco referências. Martin atendeu o pedido. Um novo e-mail informou que o artigo havia sido preliminarmente aceito para publicação. Em anexo, vinha a cobrança de uma taxa de US$ 60.

“Esperava que algumas revistas aceitassem esse tipo de artigo, considerando experiências anteriores, mas isso aconteceu já na primeira tentativa”, disse Martin ao site Retraction Watch, referindo-se a casos como a publicação de artigos falsos e sem sentido produzidos por um programa de computador (ver Pesquisa FAPESP nº 219).

Martin não pagou a taxa. Semanas depois, recebeu um segundo e-mail do editor, cobrando novamente os US$ 60 e apresentando uma nova versão do texto, essa já revisada e pronta para publicação. O manuscrito havia sido completamente reescrito em um linguajar científico – só o título e os autores permaneceram. Sua primeira impressão foi boa, mas logo ele descobriu que havia algo errado: o artigo tornara-se uma colagem de trechos plagiados de dois outros papers, numa fraude praticada pelos próprios editores da revista. “Fiquei chocado ao imaginar que alguém pudesse fazer uma coisa dessas”, disse. “Essas revistas têm um impacto muito negativo na comunidade científica e todos precisam estar conscientes disso.” A revista indiana deixou de existir – seu site saiu do ar em janeiro. Martin registrou as lições tiradas do episódio num artigo publicado na revista Learned Publishing.

Artigo científico
Martin, A. et alA not-so-harmless experiment in predatory open access publishingLearned Publishing. v. 29, n. 4, p. 301-05. out. 2016.

Fonte: Pesquisa Fapesp

NOTA DA ABRASCO – Operação PhD

17/12/2016 12:03
A Associação Brasileira de Saúde Coletiva vem a público defender a rigorosa apuração e esclarecimento de acusações e fatos levantados pela Operação PhD, investigação levada a cabo pela Polícia Federal, sobre utilização de recursos públicos provenientes de convênio realizado entre Fundação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Ministério da Saúde.
Cabe a Abrasco a defesa do direito à saúde e dos meios concretos para assegurá-lo, a saber o Sistema Único de Saúde – SUS, as Universidades e a rede de Programas de Pós-graduação em Saúde Coletiva (no Brasil há 89 programas de Pós-graduação em Saúde Coletiva, responsáveis por boa parte da formação e produção de conhecimentos na área).
Sempre defendemos critérios democráticos e transparentes de distribuição e de utilização de recursos para pesquisa e formação de pessoal.
Por outro lado, vamos lutar para assegurar o amplo direito de defesa aos acusados, reforçando o princípio constitucional de presunção de inocência e condenando a exposição à mídia, por parte de autoridades do poder judiciário, de pessoas que podem ser inocentadas ao longo do inquérito.
A Abrasco, em nome dos Programas de Pós-graduação em Saúde Coletiva, reafirma seu compromisso com a ética e com o constante aperfeiçoamento da gestão pública, reiteramos ainda, nossa posição contra todo e qualquer procedimento que favoreça a corrupção e o mau uso de recursos públicos.
Em defesa da democracia e da justiça social.
Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2016.
Diretoria da Abrasco
Gastão Wagner de Sousa Campos
presidente

Ciência em palavras

09/12/2016 11:25

Um critério importante de avaliação da produtividade científica de um pesquisador no Brasil é a quantidade e a qualidade dos artigos publicados. Para muitos, eles constituem o principal caminho para a exposição dos resultados de estudos, além de ser o meio pelo qual os pesquisadores constroem sua autoridade científica, ao exporem suas ideias e experimentos realizados por meio de métodos de trabalho reconhecidos como válidos por especialistas da mesma área. Ainda que a maioria dos pesquisadores brasileiros esteja familiarizada com o processo de submissão, avaliação e publicação de artigos científicos, muitos manuscritos são recusados, em geral devido a falhas de redação científica, como resumos incompletos ou conclusões que não deixam claro qual é a novidade do trabalho. Além de bem estruturado, com uma metodologia robusta e resultados convincentes, cada vez mais se reconhece que um artigo científico precisa ser bem escrito para ser aceito em uma boa revista.

Dois artigos ajudam a dar uma dimensão do problema. Em 2011 os editores do Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial publicaram um editorial apresentando um balanço dos trabalhos submetidos entre janeiro de 2009 e abril de 2011. Dos 174 manuscritos enviados para revisão dos pareceristas, 61 foram publicados, 75 foram recusados, 30 estavam em fase de análise e 8 haviam sido aprovados, mas aguardavam publicação. Esses números dão uma ideia do afluxo de trabalhos submetidos à revista e da grande responsabilidade em selecionar os manuscritos pelo mérito científico. Mais recentemente os editores da revista Ciência & Saúde Coletivapublicaram um editorial discutindo os problemas mais comuns dos manuscritos avaliados por seus pareceristas. Segundo eles, a seção introdutória de muitos artigos não apresentava o contexto nacional e internacional de pesquisas relacionadas ao objeto de estudo. A argumentação dos resultados, não raro, era feita de modo descritivo e pouco analítico, e as conclusões ou continuavam a discussão, ao invés de concluí-las, ou fugiam do assunto, apresentando propostas que não resultavam no tema estudado.

Se por um lado os editoriais evidenciam um esforço dessas revistas científicas em criar um canal de diálogo franco e transparente entre editores, pareceristas e autores, de modo a aprimorar a qualidade da produção científica brasileira, por outro, põem em destaque a falta de conhecimento de parte dos pesquisadores brasileiros sobre aspectos metodológicos e de redação científica. “Uma parcela desse problema se deve ao fato de pouquíssimos cursos de graduação e pós-graduação oferecerem disciplinas para ensinar metodologia e redação científica aos alunos”, diz o biólogo Glauco Machado, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP). “Faltam disciplinas que permitam que os alunos tenham experiências práticas e úteis sobre a redação de um artigo científico.”

Carreiras 249_BoxHá mais de 10 anos Glauco coordena cursos de redação científica em universidades, ONGs e institutos de pesquisa do país (ver Pesquisa FAPESP nº 242). Ele explica que as dificuldades enfrentadas por seus alunos perpassam a falta de noções básicas de gramática. Como resultado, os textos costumam ser confusos e, às vezes, ininteligíveis. Muitos alunos também pensam que a escrita científica deve ser rebuscada, o que os leva a usarem palavras e construções desnecessariamente complicadas. “Em textos científicos, o compromisso do pesquisador precisa ser com a clareza das ideias, e não com a complexidade do texto”, afirma. “Um texto científico deve ser, acima de tudo, uma cadeia de argumentos em prol de uma sequência lógica que pode ser percebida dentro de cada frase.”

Desse modo, Gilson Volpato, do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (IB-Unesp), em Botucatu, autor de livros sobre redação científica e professor de redação científica há 30 anos, recomenda algumas estratégias para aprimorar a qualidade do texto dos artigos científicos. A introdução deve apresentar o trabalho e discuti-lo à luz de uma perspectiva mais ampla de pesquisas, enquanto a metodologia deve indicar apenas os procedimentos usados para a obtenção dos resultados. Por sua vez, os resultados devem expor as evidências que fazem parte da história que se pretende contar. Já a discussão deve colocar a metodologia e os resultados em perspectiva diante do que já se sabe sobre o assunto, para mostrar ao leitor a validade e a relevância das conclusões. “É necessário apresentar argumentos sólidos, por meio de um texto conciso, preciso e convincente”, ele diz. De modo mais amplo, Volpato sugere que os autores pensem em títulos como se fossem um pequeno resumo do que foi estudado, fazendo com que os leitores se interessem pelo texto.

A exposição frequente à leitura de artigos, à revisão de manuscritos e à submissão de trabalhos para boas revistas pode ajudar a aumentar a experiência de redação, de acordo com o médico Paulo Abrahamsohn, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP e professor de redação científica no ICB. “A redação é uma atividade como outra qualquer e para adquirir prática e habilidade é necessário muito treino”, ele diz.

Também é muito comum que as pessoas tenham seus artigos rejeitados porque escolheram o periódico errado (ver Pesquisa FAPESP nº 244). Cada revista tem um escopo característico e aceita tipos particulares de artigos. Assim, é importante que o pesquisador leia as instruções do periódico em que se deseja publicar e veja os tipos de artigos publicados nos últimos anos.“Se o perfil do artigo for adequado, escreva uma boa carta de encaminhamento explicando para o editor por que seu artigo deve ser publicado no periódico dele.”

Fonte: Revista Fapesp

Estudo faz diagnóstico sobre declínio de polinizadores no mundo

09/12/2016 11:22

O uso intensivo de fertilizantes químicos, a destruição e degradação de áreas florestais e o agravamento das mudanças climáticas são as causas do declínio das populações de insetos polinizadores, como abelhas, moscas e borboletas, ao redor do mundo. A conclusão é de um amplo estudo de revisão feito por um grupo internacional de pesquisadores, entre eles a bióloga Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca, do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP). Em artigo publicado na segunda-feira, 28/11, na revista Nature, a equipe apresenta as principais ameaças associadas à diminuição de espécies polinizadoras em várias regiões do planeta tendo como base dados biológicos e registros da lista vermelha das espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). No estudo, há ainda indicação de políticas e intervenções que poderiam ajudar a reverter esse cenário.

As abelhas e outros insetos polinizadores são conhecidos por proporcionar uma variedade de benefícios econômicos e ambientais, entre os quais a polinização de plantas e a produção de alimentos são os mais notáveis. No Brasil, as abelhas respondem em média por até 24% do ganho em produtividade agrícola em pequenas propriedades rurais. Também se estima que a exportação global de mel tenha movimentado US$ 1,5 bilhão em 2007. Em 2016, os benefícios obtidos graças à polinização no mundo, os chamados serviços ecossistêmicos, foi calculado em aproximadamente US$ 577 bilhões.

No estudo, os pesquisadores verificaram que as cerca de 20 mil espécies de abelhas conhecidas polinizam mais de 90% das 107 principais culturas do mundo. Não por acaso, 75% da alimentação humana depende direta ou indiretamente da ação de animais polinizadores. O declínio de algumas espécies de abelhas está associado ao processo de industrialização, sobretudo na Europa e na América do Norte, segundo os cientistas. Espécies invasoras de polinizadores também podem causar o desaparecimento ou a diminuição de populações de espécies nativas, como a Bombusdahlbomii, na Argentina. Em algumas regiões da Europa, por exemplo, 9% das espécies de abelhas podem desaparecer nas próximas décadas. É o caso da B. franklinie da B. cullumanus. De acordo com os pesquisadores, as alterações climáticas previstas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) estão influindo na distribuição geográfica de muitos desses polinizadores a uma velocidade maior do que a capacidade de dispersão desses animais.

Abelha africanizada comum no Brasil (Apes Mellifera), resultado da hibridação de variedades africana e europeia, é responsável pela produção de mel comercializado

Os problemas causados pela perda de polinizadores não se restringem à produção agrícola. Segundo eles, há também impactos negativos na reprodução de plantas silvestres, uma vez que mais de 90% das espécies de plantas tropicais com flores e cerca de 78% das espécies de zonas temperadas dependem, pelo menos em parte, da polinização desses insetos. “O estudo verificou que os polinizadores são significativamente afetados pelo uso de pesticidas, pelas alterações climáticas globais e mudanças no uso da terra”, diz Vera Lúcia, que também é pesquisadora do Instituto Tecnológico Vale (ITV), em Belém, no Pará. “Com base nesse conhecimento, apresentamos algumas ações de políticas públicas para conservação desses animais que devem ser discutidas na Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica, entre os dias 4 a 17 de dezembro no México.”

Entre as medidas sugeridas no estudo estão políticas de estímulo a sistemas agrícolas mais diversos, melhor regulamentação do comércio de polinizadores manejados, como as colmeias de abelhas, de modo a controlar a propagação de parasitas e patógenos, e maior investimento na educação dos agricultores sobre o controle de pragas, a fim de reduzir a dependência de pesticidas. “O objetivo é melhorar as condições de vida das populações rurais, conservar a biodiversidade, melhorar as boas práticas de manejo do meio, e direcionar o planejamento para guiar as ações futuras de restauração e conservação”, diz Vera Lúcia. “Garantir a conservação dos polinizadores é retorno certo para a agricultura, biodiversidade e desenvolvimento científico.”

Artigo científico
POTTS, S. G. et alSafeguarding pollinators and their values to human well-beingNature. 28 nov. 2016.

Fonte: Revista Fapesp

Campos cultivados perdem diversidade na Alemanha

09/12/2016 11:10

Na queda-de-braço entre agropecuária e conservação, um enigma é encontrar a medida de quanto se pode alterar um ambiente natural sem destruir suas propriedades ecológicas. A resposta pode ser desanimadora para muitos: uma intensificação de uso da terra entre pequena e moderada já é suficiente para derrubar a diversidade de um ecossistema. Pelo menos em campos na Alemanha, segundo indica um grupo liderado pelo ecólogo alemão Wolfgang Weisser, da Universidade Técnica de Munique (TUM), em artigo publicado no site da revista Nature em 30/11. “Temos que superar essa guerra crônica”, afirma o ecólogo brasileiro Thomas Lewinsohn, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), coautor do estudo junto com Leonardo Ré Jorge, em estágio de pós-doutorado em seu laboratório. “Não há que optar entre produção e conservação, os dois são igualmente desejáveis e necessários.” Essa conjunção se chama sustentabilidade, ele lembra.

O estudo foi feito em três regiões da Alemanha, em cada uma das quais foram estudadas, ao longo dos últimos 10 anos, 50 áreas de campo usadas para pastagem. Classificadas conforme o manejo e a intensidade do uso, parâmetros que levam em conta a densidade de gado (vacas ou ovelhas) no pasto, a frequência e a intensidade de fertilização e o corte regular do pasto para rebrota, essas áreas foram avaliadas quanto à abundância de uma diversidade de organismos de todos os tipos: 4 mil espécies que incluem plantas, animais, fungos, bactérias, habitantes do subsolo, da superfície ou do ar.

Lewinsohn e Jorge contribuíram para a análise dos dados, que inclui modelos ecológicos complexos nos quais o professor da Unicamp é especialista (ver Pesquisa FAPESP nº 248). Os resultados indicam que o uso intensivo da terra leva à perda das espécies mais raras em todas as áreas. Os campos retêm os organismos mais generalistas, com hábitos muito variados, por isso disseminados. O resultado é uma região empobrecida, com biodiversidade uniforme e reduzida – menor diversidade-β, no jargão da área. “Não basta ter algumas áreas menos usadas ou ilhas preservadas”, explica Lewinsohn. “Haverá perda de biodiversidade.” Isso vale tanto para os organismos acima do solo como os subterrâneos. Estes podem parecer insignificantes, mas têm efeitos importantes para as plantas. Um exemplo são as micorrizas, fungos associados às raízes de alguns tipos de plantas que ajudam na fixação de nutrientes do solo, como nitrogênio.

Lewinsohn com o reitor da TUM, ao receber título de embaixador da universidade

Lewinsohn com o reitor da TUM, ao receber título de embaixador da universidade

O que ainda não é possível saber é se os níveis de uso que permitiriam a manutenção do ecossistema seriam economicamente viáveis. “Na Europa a agropecuária recebe muito subsídio, o que dificulta essas contas”, diz o brasileiro. Também resta investigar se os resultados valem para outros tipos de ecossistemas ou para ambientes semelhantes em outros países. O Brasil, por exemplo, é rico em ecossistemas campestres, que muitas vezes são usados como pastos em várias regiões: no Pantanal, nas áreas originárias de Cerrado no Sudeste, no Pampa, em áreas de altitude (ver Pesquisa FAPESP nº 239), mas não há estudos do porte do conduzido pelos alemães. “É urgentemente necessário fazer experimentos desse tipo no Brasil, estudando o espectro biológico de maneira ampla, intensiva e no longo prazo”, defende Lewinsohn.

Não por acaso, o pesquisador estava em Munique no momento da publicação do artigo na Nature. Tinha ido receber o título de “Embaixador da TUM” em solenidade realizada no dia 27/11. Ele e mais oito pesquisadores de vários países, incluindo o engenheiro Edson Bim, também da Unicamp, foram selecionados como reconhecimento aos colaboradores que contribuíram de forma excepcional para o avanço da pesquisa e da inovação realizadas pela universidade. A solenidade incluiu um concerto para o qual é necessário sortear convites, tal a demanda, como parte de três dias em que aconteceram reuniões com o reitor (em almoço com direito a salsichão e cerveja), vice-reitores e conversas com jovens pesquisadores. Sendo um embaixador, Lewinsohn já tem ingresso garantido para outro concerto disputado: o que comemorará os 150 anos da TUM em 2018, no estádio olímpico da cidade.

Artigo científico
GOSSNER, M. M. et al. Land-use intensification causes multitrophic homogenization of grassland communitiesNature. on-line, 30 nov 2016.

Fonte: Revista Fapesp

First Announcement and Call for Abstracts Global Food Security Conference

23/11/2016 17:22

Global Food Security

Global food security will require a holistic approach to address socio-political, natural, health, agricultural and food sciences to feed the 9 billion people. The food security challenge will must address the triple burden of malnutrition – undernutrition, obesity and micronutrient deficiencies. The Third International Conference on Global Food Security therefore aims to deliver critical analysis and innovative science that address the biggest threat ever faced by mankind.

Discussion sessions will contribute to a better understanding of behavioral, biophysical, economic, institutional, political, social and technological drivers and supply chain systems to contribute to global food security. The conference will address the food system activities of production (crops, livestock) or harvesting (freshwater and marine sources), processing, distribution systems and consumption behavior and the synergies and trade-offs between economic, environmental, health and social objectives and outcomes. The conference will provide a cross cutting view of multiple disciplines and spatiotemporal scales of analysis to span the drivers, activities and outcomes of food systems to reflect on the broad challenge of food security.

Join the organizers in this exciting event to ensure that the best science can be garnered to support the Sustainable Development Goals.

Call for Abstracts
Submit abstracts by 5 May 2017

Abstracts for oral and poster presentations are invited on the conference themes and should be submitted using the online abstract submission system.

Conference Themes:

  • Culture and politics in food security
  • Social protection for food security
  • Sustainable intensification of food production systems
  • Transitions, urbanization and food security
  • The food-water-energy nexus
  • Plant, animal and bio-engineering science for food security
  • Reducing food losses and waste
  • Reducing risks to food production and distribution from climate change
  • Nutritional security
  • Business-science-community cooperation to advance food security
  • Public policy for food security
  • Food sovereignty and democratization of food systems

Submit your abstract >

We welcome your participation and look forward to seeing you in Cape Town for the 3rd International Conference on Global Food Security.

Conference Chairs

Lise Korsten, University of Pretoria, South Africa
Julian May, University of the Western Cape, South Africa
Frans Swanepoel, University of Pretoria, South Africa


For further information on the conference and to sign up for email updates, visit:
www.globalfoodsecurityconference.com

Consulta pública documento FAO sobre sistemas alimentares

23/11/2016 17:15

O Painel de Especialistas do Comitê de Segurança Alimentar Mundial (HLPE-CSA), vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU), lançou uma consulta pública na Internet da Versão Zero do Relatório sobre Sistemas Alimentares e Nutrição. A consulta irá recolher sugestões para o relatório que será lançado na sessão de outubro de 2017 do CSA. Uma vez aprovados, os relatórios do  HLPE subsidiam as discussões no cenário multilateral internacional.

O relatório tem como objetivo  analisar as formas pelas quais os sistemas alimentares influenciam os padrões alimentares e a nutrição e também indicar soluções e destacar políticas e programas que incidam sobre os sistemas alimentares, protejam e promovam a boa nutrição.

A consulta está aberta até o dia 5 de dezembro e pessoas físicas, organizações e grupos podem participar.

http://www.fao.org/fsnforum/cfs-hlpe/nutrition-and-food-systems-V0

Idec lança pesquisa online sobre uso do termo integral em alimentos

17/11/2016 11:04
No dia 9/11, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) lançou uma pesquisa online sobre o uso do termo integral em alimentos a base de cereais integrais. O objetivo é consolidar, até o dia 21 de novembro, a opinião e o conhecimento dos consumidores sobre a rotulagem desses alimentos, além dos melhores critérios para que eles recebam essa definição.
Segundo a nutricionista do Idec, Ana Paula Bortoletto, atualmente não existe nenhum tipo de padronização sobre o uso da palavra integral. “Como não há lei específica, a indústria tem carta branca para alegar que produtos ultraprocessados são integrais mesmo quando não possuem nenhum tipo de cereal integral, como observado anteriormente pelo Instituto”.
Em março deste ano, o Idec fez uma avaliação com 14 marcas de biscoitos que se declaram integrais. Os resultados mostraram que apenas três deles continham farinha de trigo ou cereal integral como principal ingrediente e nenhum tem alto teor de fibras.
Diante desse cenário, o Instituto participou de uma reunião na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para discutir a aprovação de regras mais apropriadas para alimentos à base de cereais integrais.
“Como encaminhamento da reunião promovida pela Anvisa, o Idec elaborou essa pesquisa virtual para saber qual a opinião da população sobre o tema. Os resultados serão encaminhados à Agência e servirão como subsídio para avançar com a regulamentação”, finaliza Bortoletto.
Participe da pesquisa!

Estudos realizados no âmbito do NUPPRE, PPGN e curso de graduação em nutrição – UFSC são escolhidos como segundo e terceiro melhores no Congresso Brasileiro de Nutrição 2016

03/11/2016 15:21
O CONBRAN 2016 recebeu a inscrição de 2.168 trabalhos científicos. Deste total, foram aceitos 1.680, sendo 18 selecionados para apresentação na modalidade oral. Após avaliação da banca julgadora, composta por professores de várias regiões do Brasil, foram selecionados três como os melhores.
  • Terceiro lugar, da área de Marketing em Alimentação e Nutrição: Quais características os consumidores adultos de Florianópolis observam nos rótulos de alimentos industrializados?. Autoria de Jéssica MÜLLER e Paula Lazzarin Uggioni, da Universidade Federal de Santa Catarina.
  • Segundo lugar, da área de Alimentação Coletiva: Terminologias usadas nos rótulos para designar alimentos comercializados com alegação de caseiros, tradicionais e outros similares. Autoria de Paula Uggioni, Priscilla Correa Inacio Machado, Andreia Martins dos Santos e Jéssica Müller, da Universidade Federal de Santa Catarina.
  • Primeiro lugar, da área de Tecnologia de Alimentos: Características Físicas de Farinha de Sorgo Fosfatada. Autoria de Carolina Fortes e Cátia Regina Storck, do Centro Universitário Franciscano.

Carta de Porto Alegre mostra resultados do Conbran

03/11/2016 14:50

O XXIV Congresso Brasileiro de Nutrição chegou ao fim celebrando a superação de vários desafios. Reunindo mais de 3500 participantes, o Conbran 2016 terminou com documentos importantes que recomendam novas posturas e medidas em defesa da alimentação adequada e segurança alimentar.

Realizado em Porto Alegre, entre os dias 26 e 30 de outubro, o evento congregou profissionais, estudantes e pesquisadores vindos de várias regiões e representantes internacionais procedentes da Argentina, Chile, Uruguai, Peru, Panamá, Paraguai, Espanha, Itália, Estados Unidos e, pela primeira vez, pessoas vindas do continente Africano. “Pela primeira vez tivemos congressistas de todos os estados brasileiros”, afirmou a presidente da Asbran Luciana Coppini, destacando ainda o sucesso dos minicursos noturnos que, juntamente com os minicursos pré-congresso, somaram 1.153 participantes.

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Resposta CRN – Cuidado: dietas prescritas por nutricionistas podem não ser confiáveis

03/11/2016 14:48

O Sistema Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas discorda do estudo realizado pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – Proteste divulgado, hoje ( 1/11), com o título Cuidado: dietas prescritas por nutricionistas podem não ser confiáveis. As informações apresentadas e a metodologia utilizada basearam-se numa amostragem irrisória, quando comparada ao número de nutricionistas devidamente habilitados e inscritos nos Conselhos Regionais de Nutricionistas de São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, não informa o teor das perguntas nem como foram conduzidas.
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Coordenadores de área da CAPES se manifestam sobre a reestruturação organizacional do MCTIC

03/11/2016 14:45

Os coordenadores das áreas de avaliação da CAPES reunidos durante a 167ª reunião do Conselho Técnico Científico da Educação Superior (CTC-ES) vêm manifestar a toda comunidade da pós-graduação brasileira e demais setores da comunidade científica e acadêmica a grande preocupação com o que foi qualificado pelos Professores Helena Nader e Luiz Davidovich, que presidem a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), respectivamente, em carta entregue ao Ministro Gilberto Kassab (MCTIC), como “um inconcebível retrocesso” a medida que deixa o CNPq, a Finep, a AEB e a CNEN subordinados a uma “Coordenação Geral de Serviços Postais e de Governança e Acompanhamento de Empresas Estatais e Entidades Vinculadas”.

É incontestável no cenário do país e reconhecido em várias instâncias e fóruns internacionais que CNPq, Finep, AEB e CNEN têm história, estatura e missões que vão muito além de uma coordenação que venha a ser subordinada a uma diretoria que responde à Secretaria Executiva do MCTIC. Colocá-los sob uma coordenação no quarto nível hierárquico do MCTIC é não reconhecer a importância da ciência, tecnologia e inovação para o país.

Os coordenadores de área da CAPES se associam às duas entidades (SBPC e ABC) e solicitam ao Sr. Ministro de Estado do MCTIC que atue junto a quem for de direito para impedir que tal medida se efetue sendo indispensável que CNPq, Finep, AEB e CNEN sejam agências prioritárias da ação do ministério e a estrutura administrativa à qual se vinculem expresse essa prioridade. Esta vinculação, além de atender a expectativa da comunidade acadêmica, sinaliza a necessária prioridade de Estado para as áreas de Ciência e Tecnologia.

Brasília, 27 de outubro de 2016.

Centro de Excelência contra a Fome lança concurso

03/11/2016 14:41

O Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos lançou no dia 29, no XXIV CONBRAN, o Concurso de Pesquisas Científicas e Projetos de Inovação Multiplicando Experiências e Estratégias em Alimentação e Nutrição Sustentáveis do Brasil. Serão premiados artigos de pesquisa e de projetos que possam ter sua experiência compartilhada e multiplicada por intermédio do Centro na África. O concurso selecionará, em duas categorias distintas, os cinco melhores artigos e os cinco melhores projetos para os prêmios secundários e selecionará para os prêmios principais 1 melhor artigo e 1 melhor projeto.

Podem concorrer estudantes brasileiros e estrangeiros de pós-graduação que residam no Brasil, como também professores, pesquisadores e profissionais brasileiros e estrangeiros residentes no país e que tenham experiência comprovada na área de Nutrição, Saúde, Desenvolvimento e Políticas Públicas, Ciências Sociais, Serviço Social e demais áreas afins ao tema do concurso. A data limite para submissão das propostas é 20 de janeiro de 2017. Para o vencedor do melhor artigo e vencedor do melhor projeto será oferecida uma viagem de estudos junto ao Centro de Excelência contra a Fome durante o ano de 2017. Os resultados serão divulgados em abril do próximo ano.

ACESSE O EDITAL

O que você faz para #ComerLivre de ultraprocessados??

03/11/2016 14:20

A campanha #ComerLivre chega em sua terceira semana com números bem expressivos. Já são mais de 180 mil pessoas alcançadas e quase 800 compartilhamentos. Até a Bela Gil entrou na onda!

Na semana passada, a campanha destacou a importância de obter informações sobre alimentação saudável de fontes confiáveis e de ter um olhar crítico sobre a publicidade de alimentos. Agora é o momento de entender de uma vez por todas o que são os alimentos ultraprocessados e porque esses produtos não são recomendados como parte de uma alimentação adequada e saudável.
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Teste identifica alto teor de pesticidas em alimentos

03/11/2016 14:11

Além do uso em níveis acima do permitido pela Anvisa, também foi identificada a utilização de substâncias proibidas no Brasil. Confira a análise completa e as alternativas para se livrar dos agrotóxicos.

Após analisar amostras de supermercados e feiras do Rio de Janeiro e São Paulo, a PROTESTE constatou a presença de pesticidas, inclusive em quantidade acima da permitida, em amostras de oito alimentos testados: alface crespa, maçã, milho, morango, pimentão verde, tomate, farinha de trigo e soja em grão.

Em laboratório foi verificado se continham resíduos de pesticidas e se as substâncias presentes estavam dentro do limite permitido. E foi analisado ainda, se estão autorizadas para o uso no Brasil e para o cultivo daquele alimento. Diante do resultado, a sugestão da PROTESTE é cultivar horta em casa e comprar produtos orgânicos certificados. 
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Luiza dos Santos Figueiredo, membro do NUPPRE, foi selecionada como finalista do 26º Seminário de Iniciação Científica (SIC) da UFSC

01/11/2016 00:37

O melhor trabalho IMG_20161020_101846de iniciação científica do Departamento de Nutrição da UFSC,  escolhido e convocado como finalista para apresentação oral no Seminário de Iniciação Científica da UFSC -2016, foi o da aluna Luiza dos Santos Figueiredo da 6º fase, orientada pela Professora Rossana Pacheco da Costa Proença. O trabalho, desenvolvido no âmbito do NUPPRE, intitula-se “Análise dos edulcorantes em rótulos de alimentos industrializados comercializados no Brasil”,  e contou com a parceria de Ana Carolina Fernandes e Tailane Scapin, egressas do Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGN) da UFSC. O projeto conta com apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 

A frágil saúde dos adolescentes

24/10/2016 00:57

Dois levantamentos nacionais alertam para níveis elevados de excesso de peso, hipertensão, colesterol total e sedentarismo.

Os adolescentes passam por tantas transformações que mesmo eventuais problemas de saúde podem ser vistos como passageiros. Algumas alterações são normais nessa fase, mas nem tudo pode se resolver mais tarde sem maiores dramas. Dois amplos inquéritos nacionais – um com 75 mil e outro com 100 mil adolescentes avaliados em todo o país – desenharam um quadro preocupante da saúde da rapaziada. Um em cada quatro adolescentes apresentou excesso de peso (sobrepeso ou obesidade) e um em cada dez, hipertensão arterial. De acordo com os exames de sangue feitos em um dos estudos, um em cada cinco apresentou taxas acima do recomendável de colesterol total. Essas alterações metabólicas ampliam o risco de morte por infarto e favorecem o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes. A obesidade, a inatividade física e o tabagismo, também encontrado entre os jovens em níveis que os especialistas consideram preocupantes, podem contribuir para o desenvolvimento de alguns tipos de câncer. O excesso de gordura em circulação no organismo pode prejudicar até mesmo o funcionamento do hipotálamo, a região do sistema nervoso central que, entre outras funções, controla o apetite.
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Aliança pela alimentação adequada e saudável é lançada no CONBRAN 2016

24/10/2016 00:55

Organizações da sociedade civil se reúnem no Congresso Brasileiro de Nutrição para lançar alirede e discutir políticas de alimentaçãosaudável

Temas como alimentação saudável no ambiente escolar, consumo de produtos orgânicos x agrotóxicos, causas da obesidade e diabetes e regulação da publicidade de alimentos fazem parte da agenda da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, que será lançada no dia 27/10, às 9h, durante um painel de debate com especialistas, no XXIV Congresso Brasileiro de Nutrição (Conbran), que acontece de 26 a 29/10 em Porto Alegre.
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Nota Oficial Abrasco – Pela manutenção das bolsas de produtividade do CNPq!

19/10/2016 14:27

Contra a destruição dos mecanismos de apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico e na defesa de uma perspectiva de produção de conhecimento autônoma para o Brasil. Não ao corte de recursos da Ciência, Tecnologia e Inovação!

Tendo em vista as notícias divulgadas por membros de Comitês Assessores do CNPq, reunidos em Brasília, no dia 17/10/16, que dão conta de possíveis cortes no número de bolsas de produtividade, assim com o ofício nº 469, de 29 de setembro de 2016, da presidência do CNPq que informa que “os cortes realizados no número de bolsas e auxílios concedidos refletem o contexto orçamentário atual do país e a indicação, para 2017, de nova redução do orçamento do CNPq”, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva vem a público manifestar sua apreensão quanto à efetivação desses cortes.
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CNPq corta 20% das bolsas no país

18/10/2016 22:25

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) cortou 20% das bolsas de iniciação científica, destinadas a alunos de graduação e do ensino médio em todo o país. A medida não foi anunciada oficialmente, mas foi percebida ao longo desta semana pelas universidades, após a publicação dos resultados das chamadas para o biênio 2016-2018, na segunda-feira.

O corte foi universal, atingindo todas as instituições de ensino superior que solicitaram bolsas. Quatro programas foram afetados: o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), o Programa de Iniciação Científica para o Ensino Médio (PIBIC-EM), o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI) e o Programa Institucional de Iniciação Científica nas Ações Afirmativas (PIBIC-Af). Juntos, eles vão conceder 26.169 bolsas nos próximos dois anos — 20% a menos do que no período anterior.
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Congresso da Abrasco em Cuiabá: reflexões e enfrentamento à PEC 241 dão o tom da abertura

18/10/2016 21:46
Reinventar a ação em saúde e os paradigmas epistemológicos. Reinventar as formas de representatividade e a nós mesmos. Essa foi a mensagem central da cerimônia de abertura do 7º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde (7ºCBCSHS), realizado na noite de 09 de outubro, no Teatro Universitário, no campus Cuiabá da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Mais de 400 pessoas participaram da atividade, que reuniu pensamento crítico, mas também leveza, felicidade e beleza local.

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Visão sobre os transgênicos

18/10/2016 21:45

Um levantamento feito pelo Ibope, encomendado pelo Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), mostra que a maioria dos brasileiros (80%) tem noção de que alimentos transgênicos são aqueles que tiveram genes modificados. No entanto, sua segurança não é reconhecida por uma parcela da população. Pouco menos da metade (44%) concordou parcial ou totalmente com a afirmação de que os transgênicos são pouco testados e 33%, que fazem mal à saúde. Foram ouvidos 2 mil entrevistados de todas as classes sociais, sem vínculo com a área de biotecnologia. “As pessoas têm pouco acesso a estudos sobre a segurança dos transgênicos compilados por órgãos como a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança [CTNBio]”, diz Adriana Brondani, diretora executiva do CIB. A pesquisa mostra que apenas 23% acreditam que a ciência possa auxiliar a produção de alimentos, enquanto 84% reconhecem que ela contribui para a cura de doenças e 51%, para o desenvolvimento de medicamentos. Para o médico e bioquímico Walter Colli, ex-presidente da CTNBio, o debate em torno dos transgênicos é complexo e envolve embates políticos e ideológicos.“É preciso que empresas e pesquisadores saibam esclarecer as dúvidas da população com o respaldo da ciência”, recomenda Colli.

Fonte: Revista Pesquisa FAPESP